sexta-feira, setembro 09, 2005

UM POST DE VIDA FÁCIL

Foto tirada da página da ONG espanhola Fundación Utopía Verde
Tá certo que este blog nunca foi muito familiar, mas não pensem que isso aqui virou a Casa da Mãe Joana. A verdade é que depois de despachar meus antigos monitor, impressora, mouse, gabinete e teclado para a Polinter (por formação de quadrilha, lembram-se?), fiz um upgrade, coloquei tudo novo e, no meio da arrumação, acabei descobrindo um velho disquete. Uma relíquia dos tempos em que eu tinha um 486. E neste disquete estavam vários contos da época em que eu havia começado a escrever contos. E foi com muita emoção que percebi que alguns deles são bons e mereciam ser mostrados aqui.


Mas onde entram as putas?

É que eu fiquei tão excitado com a redescoberta destes contos, que resolvi homenageá-las. E serão elas que vão disparar balas neste post. Ou melhor, eis algumas balas sobre as profissionais mais antigas do planeta:



“Mesmo a mulher mais honesta não pode viver sem homem!!!!”
Geni, a vagaba que literalmente deu errado, da peça Toda Nudez Será Castigada, do Nelson, gritava isso, para ódio das feministas de plantão.

“Você pensa que os homens se abrem com quem? Com Deus? Eles se abrem mesmo é com as putas. Certas coisas não se fala nem pra Deus. E pra alguns, Deus nunca tem tempo. Gente perdedora que nem eu e você. Nós, que já subimos no ringue, usando luvas de veludo, pra enfrentar adversários com luvas de chumbo.”

Odete Escarlate, na minha peça Esta Noite É Verão no Inferno


“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme etraficante se vicia.”
Tim Maia
“Me chame de puta, mas não me chame de mulher direita. Eu vivo de tirar dinheiro dos maridos das mulheres direitas.”
A puta Mayrah, no meu A Arte de Odiar.


“Toda mulher se vende pelo menos uma vez ao dia.”
Uma tal de Jurema, enquanto tomávamos uma média, numa pé sujo na avenida São João, na época em que eu morava em Sampa.

A ECOLOGISTA: - Sabe quantos animais foram mortos para que fosse feito este casaco de pele que você está usando?
A PUTA DE LUXO: - E você sabe com quantos animais eu tive que trepar para conseguir este casaco?

Diálogo de uma comédia americana, da qual não me recordo o nome, no início dos anos 90.








Em setembro de 1967, estreiava no Teatro Maria Della Costa, em São Paulo, Navalha na Carne, do Plínio Marcos. A primeira foto é da montagem carioca, que estreiaria um mês depois, com Tônia Carrero, Nelson Xavier e Emiliano Queiroz, com direção de Fauzi Arap. Em 1970, entrava em cartaz, a versão cinematográfica desta obra prima, com o mesmo Emiliano Queiroz, o Jece Valadão, Glauce Rocha e Carlos Kroebe, sob direção de Braz Chediak. E é desse texto a última bala:

“Será que isso é vida? Será que viver é isso, a gente se agredindo, infernizando uns aos outros? As vezes eu me pergunto se nós somos gente. Será que somos gente?”

Norma Sueli, a puta cansada de guerra do Navalha...

E qual o motivo de toda esta putaria?

Porque o primeiro conto que encontrei no tal disquete é sobre essas moiçoilas que dizem sim...


O TRADUTOR DA VIDA


Rio, novembro de 1969






SETEMBRO IRADO

A galera do circuito literário alternativo carioca não pode reclamar de falta de programas este mês. Amanhã, tem Sarau de Santa, na Livraria Largo das Letras. Eu estarei lá metendo bala, ou balinhas, já que a proposta é contos com até 300 toques. No outro sábado, será a vez do Encontro Bagatelas, na Dantes. Isso tudo já foi anunciado aqui, mas não custa lembrar. E o mês deve terminar em grande estilo com a Primavera dos Livros. Mas isto é papo pra mais tarde.



6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Eu gostei muito de "O TRADUTOR DA VIDA", sobretudo do desfecho.
No fim das contas, Jurandir acabou fazendo (ainda que por vias tortas) um grande favor à Jussara — mesmo que ela jamais o tenha sabido.
Gostei bastante, Julio.

domingo, setembro 11, 2005 11:11:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

fala júlio!
e as fotos do sarau, como ficaram?

segunda-feira, setembro 12, 2005 11:33:00 AM  
Blogger franka said...

gostei da coletaneas das frases das putas.
engraçado.

segunda-feira, setembro 12, 2005 4:55:00 PM  
Blogger franka said...

belo blog, julio.
adoro blog de quem escreve e coloca tudo que vem a cabeça.
além disso, você fala de teatro, que eu adoro.
e além além disso, a frase abaixo do nome do teu blog é genial.
beijo.

segunda-feira, setembro 12, 2005 8:10:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Julio querido,
estava procurando o link do comentário!Depois fui perceber que o post era grande mesmo! hahahaha Acho que acertei, né ,onde comentar? Espero!

Adorei o conto, viu.

Mas não sossegarei com a coroação da amdrinha do blog! hahaha

Um abraço!!

terça-feira, setembro 13, 2005 1:49:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

E mais!

Meu blog, o blog da madrinha, nem na lista está...deprimento caro Watson!

Outro abraço!

terça-feira, setembro 13, 2005 1:51:00 PM  

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